Não queria deixar de publicar alguma coisa hoje. Mas o assunto que mais está me inspirando no momento é longo e hoje digitei muito no trabalho. Enfim, "minhas mãos estão cansadas" para FALAR sobre isso. Dos posts que tenho na manga, nenhum serve para o dia de hoje. Embora sejam teorias gerais, acho que hoje não é o dia deles.
Lembrei que antigamente eu guardava os posts pré-publicação no próprio blog. Percorri minha lista e não o encontrei. Alterei a visualização para 300 (estava em 100, o que significa que já ultrapassei este número em publicação aqui no blog) e lá estava com o seguinte título: Vários a editar.
Entrei e vejam o que escrevi no dia 10/1/2005 :
Quarto do poetaFaz tempo que não vou ao quarto do poeta, reproduzido na Casa de Cultura Mario Quintana. Este lugar costumava ser um refúgio para mim quando me sentia deprimida. E a única pessoa que sabia disso até agora, me deu motivos para que eu voltasse lá, mas não fui. Estes dias cheguei evitar, pois agora ao invés de sair um pouco mais animada, acho que me sentirei pior se lá for. O motivo é simples: descobri que não nasci para viver sozinha, embora pareça ser este o meu destino, irremediavelmente. E foi assim que Mario Quintana viveu e morreu: sozinho, num quarto de hotel. E por falar nele, aí vai um poeminha:
Do Amoroso EsquecimentoEu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?Bom saber que as coisas mudaram. Nem todas. A partir de agora várias pessoas vão saber do meu refúgio, mas até então isso era previlégio de um único. O poeminha, quando minha cabeça pára, faz sentido. Na maior parte do tempo não. Já voltei ao quarto do poeta, mas quando lá fui da última vez foi só por ir, pois estava percorrendo todos os andares da Casa. Fiquei surpresa em saber que aumentaram o vidro até a altura do chão e agora é mais fácil de ver como vivia Quintana. E este foi o único sentimento daquele dia.
Realmente não nasci para viver sozinha, ninguém nasceu. Embora tenha descoberto o gosto insosso da solidão e até o aprovei por um tempo, há algumas semanas, esse fantasma me atormentou por dias, mas passou, pois descobri que este não é meu destino. Por enquanto é só a maneira como moro. Se eu for divagar sobre a solidão não paro mais, afinal, somos mesmo sozinho, indivíduo, único, mas tivemos a graça do convívio, da amizade, da troca, do toque, do amor. E tanto companhia quanto solidão tem o seu valor.
Abaixo do post do poeta, tinha dois textos do Galeano guardados para também futuras publicações aqui no exquisio:
A pequena morte , que já publiquei. E a propósito, ainda estou precisando de uma, e o seguinte, que é o que estou fazendo agora:
Recordar: Do latim re-cordis, tornar a passar pelo coração.