exquisioTeorias

Esquizofrenias & Esquisitices

quinta-feira, setembro 28, 2006

Tiempo

Peguei para escutar no fim de semana o CD Anthology 1, dos Beatles que ganhei de 15 anos. A caixinha dupla, que era branca, está toda amarelada. O primeiro disco tem estampa de uma maçã inteira e o segundo, a maçã partida ao meio. Olhei para a caixinha e pensei: nossa, eu já tenho esse CD há 10 anos!

O tempo passa, o tempo voa. E a poupança Bamerindus nem existe mais! E o tempo já abocanhou pouco mais de 1/4 da minha maçã.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Leitura

Já topei por aí com alguns dos personagens de A vida que ninguém vê,, livro da Eliane Brum. Mas o principal encontro que o livro me deu foi com o jornalismo em que eu acredito.

Quando eu li A Prática da Reportagem, do Ricardo Kotscho, eu descobri porque estava cursando jornalismo e ao mesmo tempo pensei que aquele tipo de reportagem não tinha mais espaço nos jornais. Mas talvez não sejam os jornais que não tenham espaço. Faltam jornalistas que saibam ver.

Não só as crônicas do livro, mas o capítulo "Sobre a melhor profissão do mundo" é uma aula de jornalismo, como poucas que eu tive.

E a frase do Kotscho no posfácio mostra que os repórteres foram embaçando a visão ao longo do tempo.

"Ao ler o que Eliane escreve hoje, ninguém mais poderá dizer que já não se produzem grandes repórteres como antigamente.

Talvez seja os bancos universitários que atrofiam o nosso globo ocular. Definitivamente, o curso de jornalismo não forma repórteres.

Mas muito tem a ver com a sensibilidade de cada um, saber usar o medo ao seu favor e um pouco de sorte. Eis a fórmula para grandes jornalistas.

Difícil é conjugar estes três fatores.

Mania

Ganhei meu primeiro Moleskine.

Vou usá-lo como um cérebro de bolso.

terça-feira, setembro 26, 2006

Visto de baixo

Assisti hoje o filme As Torres Gêmeas (World Trade Center) que estréia no Brasil dia 29.

A minha expectativa era grande. Eu queria ver na ficção a história real que tanto parecia filme. Queria outros ângulos da maior tragédia da história que vi, melhor do quem estava lá, graças as transmissões ao vivo. Nisso eu me desapontei. Mas ganhei mais: consegui enxergar o lado bom daquele dia como o viram os dois protagonistas desta história real.

O filme é sobre o 18º e o 19º sobreviventes, dos 20, que foram tirados dos escombros do WTC. Dois policiais da Autoridade Portuária de Nova York que foram prestar auxílio na evacuação da Torre Norte. E pelos olhos deles é que o ângulo muda. Vemos o que estava acontecendo lá embaixo, quando todo o mundo tinha os olhos pregados no alto das torres. As pessoas feridas, desorientadas, outras jogando-se ao chão. Como papel picado de comemoração, os papéis de importantes negócios que se faziam diariamente nas torres, chovendo sobre o centro da capital do mundo.

O sargento John McLoughlin, vivido por Nicolas Cage e seu parceiro Will Jimeno (Michael Peña) não são tratados como heróis. São pessoas que foram fazer o seu trabalho. E para mim aí está a riqueza do filme. Porque os heróis não são reais, embora os dois só tenham sido encontrados através de histórias que parecem ser tiradas da ficção. Coisas da vida, esta estranha.

Durante todo filme, eu ficava me perguntando até que ponto cada coisa eram os relatos ou o roteiro. Ainda há muitas histórias para serem contadas de 11/9. Mas nunca conheceremos toda a realidade de um dia que nem a ficção conseguiria imaginar.

O choro fica por conta da vida e não da morte. Ver a emoção das famílias e o que os manteve acordados, nos mostra que é amor das pessoas a nossa volta que conta para manter a vida nos momentos extremos.

domingo, setembro 24, 2006

Nem guampas, nem chicotinho...


Fui assistir O Diabo veste Prada no sábado. Entrei no cinema como Andrea Sachs entrou na Runaway Magazine. Sou do tipo prática e básica. Gosto de moda mas não me sobe a cabeça, e, nada como aquele estilo jornalista casual. Mas saí do filme fascinada por alguns modelitos das maiores marcas do mundo. É fácil corromper uma mulher pela moda. O poder, esse vem depois, porque estar sobre um salto alto que custa uma pequena fortuna, pode acreditar, deixa qualquer mulher se sentindo poderosa.

Ao contrário do que andam dizendo Pelo mundo, eu fui incentivada pelo námor a assistir o filme e acabei seduzida por Prada, Louis Vuitton, Yves Saint Laurent... Porém o meu lado que não coloca o salário numa peça de marca também adorou a bolsa que a personagem usa quando deixa de trabalhar para a toda poderosa Miranda Priestly, em mais uma bela atuação de Meryl Streep.

O filme é bom, mas não é nem um grande filme. Tem lá seus clichês e lições de moral nem um pouco originais. Mas é interessante ver a relação da mídia e poder nesse mundo de flashes e glamour.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Primavera

O meu amor me acordou hoje
E trouxe a primavera para mim
Atrás das pétalas
vermelhas de paixão
Um sorriso e um gesto
O mais bonito que alguém já me dedicou

Temporada das flores



Que saudade agora me aguardem,
Chegaram as tardes de sol a pino,
Pelas ruas, flores e amigos,
Me encontram vestindo meu melhor sorriso,
Eu passei um tempo andando no escuro,
Procurando não achar as respostas,
Eu era a causa e a saída de tudo,
E eu cavei como um túnel meu caminho de volta.

Me espera amor que estou chegando,
Depois do inverno a vida em cores,
Me espera amor nossa temporada das flores.

Eu te trago um milhão de presentes,
Que eu achava que já tinha perdido,
Mas estavam na mesma gaveta,
Que o calor das pessoas e o amor pela vida...

Me espera estou chegando com fome,
Preparando o campo e a alma pra as flores,
E quando ouvir alguém falar no meu nome,
Eu te juro que pode acreditar nos rumores.

(Leoni)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Pró

Dias desses no programa do Luciano Huck, uma mulher com deficiência física concorreu no Pulsação. Aproveitou a oportunidade para falar da luta que a vida lhe impôs e colocou muito bem. Disse ela que não adianta criarem cotas de trabalho para deficientes se eles não têm o direito de ir e vir, já que as cidades não são adaptadas. Ela queria ganhar um carro e conseqüentemente sua liberdade. Não ganhou. Foi uma pena.

A Revista Época desta semana traz outra discussão interessante: os deficientes querem conquistar suas vagas por suas capacidades. Apesar de a consciência social ter aumentado, ainda há muito preconceito e citam o caso do texto de um relatório que a deputada Denise Frossard fez para o projeto de lei que torna crime a discriminação contra portadores de doenças.

Com um texto desses, Frossard queria ser a primeira a ser enquadrada pela lei que estava criando:

"A deformidade física fere o senso estético do ser humano. A exposição em público de chagas e aleijões produz asco no espírito dos outros, uma rejeição natural ao que é disforme e repugnante, ainda que o suporte seja uma criatura humana –, diz o texto. E mais: “a repulsa à doença é instintiva no ser humano. Poucas pessoas sentem prazer em apertar a mão de uma pessoa portadora de lepra ou Aids."

Fiquei escandalizada que alguém ainda possa pensar, e o que é pior, expor tais pensamentos em público como argumentos para um projeto de lei! E eu até tinha simpatia por tal senhora por sua atuação no escandâlo do mensalão...

Também sou militante da causa dos deficientes, mesmo não fazendo parte de nenhuma associação. Mas cada vez que alguém estaciona na vaga ou em frente a rampa que meu irmão necessita para se locomover, eu cutuco o ombro do sujeito. É uma pena que ética, moral e consciência precisam ser cobrados com leis punitivas. Mas acredito que com pequenas atitudes, chamando atenção de um aqui e outro ali, as pessoas vão mudando sua postura. Infelizmente, noto muitas vezes, que não é só mau caratismo, mas algumas pessoas desconhecem o problema e quando alertadas, ficam até constrangidas. Pronto, aquele ali não coloca mais o carro em frente a uma rampa. Você me ajuda nisso?

E um dia ainda tomo coragem e atravesso um deficiente visual lhe contando o que passa a sua volta como faz a Amélie Poulain.

terça-feira, setembro 19, 2006

Leituras

Este ano estou lendo menos. No final do ano passado fiz um balanço e tinha lido 23,5 livros. Isso porque minha média era uma obra a cada 15 dias. Estamos no mês de setembro e em vez de 18 livros, eu li uns cinco até o final! Algumas coisas tem contribuído para isso:

• Eu passo menos tempo sozinha
• Eu não assistia tevê porque não tinha sinal. Coloquei net
• Eu tenho lido jornal, coisa que fazia muito pouco antes
• Desde que comecei a ler Nietzsche, meio que empaquei já com mais da metade do livro lido. Resolvi mesclar livro teórico com ficção e me dispersei na leitura.
• Li um Guia de Viagem
• Me formei e não passo mais 42min lendo no trem a caminho da faculdade
• Ando de carro e não leio mais no ônibus ou no trem a caminho da casa de meus pais.

Conclusão: eu preciso acordar mais cedo ou dormir mais tarde ainda para colocar a leitura em dia!

E quem ainda não viu, aí ao lado coloquei links para os livros que estou lendo para quem quiser seguir a dica.

domingo, setembro 17, 2006

Sem + nem 1/2 +

Gostei da campanha/entrevista do Arnaldo Jabor nas Páginas Negras da Trip.

Jabor fala o que pensa: "Fazer 60 anos é uma merda." Entre "pô" e palavrões.

Machista assumido, como todo seguidor de Nelson Rodrigues dá respostas hilárias como esta aqui:

Você tem dito muitas vezes que os homens são muito mais óbvios do que as mulheres, que as mulheres têm muito mais verdade... É, às vezes a gente fala coisas pra ver se come alguém, né?

Me identifico um pouco com ele. Às vezes não tenho papas na lígua ou na ponta dos dedos. E acho que pessoas assim, vão perdendo o pudor verbal ao longo dos anos.

Se o tempo traz sabedoria, talvez essa seja uma delas. Quando mais jovens somos, mais nos preocupamos com o que dizemos, com que os outros vão pensar de nós. Se libertar disso é uma dádiva, que só acontece ao seu tempo.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Horas

Eu já fui mais pontual, e mais estressada também. Claro que sou responsável. Procuro chegar nos compromissos profissionais na hora. Mas num domingo, se eu me atrasar um pouquinho não fico mais me censurando.

Primeiro eu adotei a filosofia da Sandra de Sá: "Devagar também é pressa". E quando acordava 10min antes de um compromisso fazia as mesmas coisas só que sem atropelação.

Com o tempo, foi ficando só no devagar mesmo ou o relógio que tem uma velocidade diferente agora. E aí, vire e mexe tenho um atrasinho aqui e ali.

Como a Carrie, do Sexy and City, eu não ando de relógio.

Num episódio em que ela chega atrasada 04min para um encontro, seu anfitrião cobra e diz: "Você está atrasada, são 1h04". E ela responde: "Não ando de relógio, as pessoas estão sempre me dizendo as horas".

Essa é a minha filosofia agora.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Diferenças

Sábado, na Zara Men, o námor faz uma compra e quando vai pagar com cartão, o vendedor diz uma frase mágica:

- Como o senhor gostaria de fazer? (referindo-se em quantas parcelas queria pagar).

Nunca, jamais, em uma loja feminina, nós mulheres ouviríamos essa pergunta.

Para nós é sempre uma taxativa e afirmativa frase:

- Essa valor dá para fazer no máximo em tantas vezes.

domingo, setembro 10, 2006

Emes

Ontem saí da manicure para o mecânico.

É, não é fácil a vida de mulher moderna.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Teoria nº 43

Que o que não seja leve,
O vinho leve.

Preguiça

Hoje a combinação sol e gramado, que eu adoro, ganhou um elemento a mais: meu námor, lindinho jogando futebol.

Um bom programa para um feriado. Mesmo tendo que ir trabalhar depois. Nesses dias de ócio para a maioria dos mortais, mesmo com hora marcada, sempre dá para fazer coisas que em dias úteis a gente não faz.

O lugar era bem bonito e fiquei curtindo um solzinho na beira do campo. É mais um desses momentos simples que compõe a felicidade.

terça-feira, setembro 05, 2006

Cinema da hora

De um lado do avião, passageiros rezam a oração do Pai Nosso, do outro, Alá é invocado. Em nome de um mesmo pai, só que com nomes diferentes, é que precisam rezar os ocupantes do Vôo 93. Uns torcendo pela vida, outros pela morte.

Antes de entrar no cinema no fim de semana para assistir ao filme, um casal de conhecidos estava saindo da sessão chocados. Fui preparada para o pior. Mas apesar de alguma cenas fortes, que quase não conseguimos enxergar direito, porque são ao estilo hand-cam, o caráter documental também tira um pouco da emoção e quebra a tensão. Há muitas cenas dos controladores de vôos, o que torna um pouco chato.

Mas é impossível ficar indiferente ao rever as cenas dos aviões entrando nas torres gêmeas. Eu senti novamente o peso da história que a minha geração vivenciou.

O que aconteceu com o quarto avião seqüestrado no dia 11 de setembro de 2001 instigou muito a minha imaginação na época e várias teorias da conspiração que vieram depois. Entre elas, se o avião havia sido abatido pelo governo americano, o que eu achava plausível. O filme mostra que não. O que é verdade ou não, nunca saberemos. Mas a recriação cinematográfica é bem interessante. E mesmo sabendo o final, torcemos por seus personagens e nos identificamos, porque diante da morte iminente, quem não tentaria uma última chance de salvar a própria vida?