Depois de sete anos tive a oportunidade de abraçar ontem pela primeira vez o meu primeiro amor. Nos reencontramos no início da semana através do orkut e estabelecemos contato pelo messenger.
Engraçado isso, eu tinha 16 anos e ele foi minha primeira paixão, durante um ano. Além das cartinhas e bilhetes que eu lhe enviava declarando meu amor adolescente não havia nenhuma outra forma de comunicação entre nós, além das poucas palavras que trocávamos. E também não era uma comunicação muito efetiva, pois eu escrevia e não recebia respostas. Foi, com certeza, um amor platônico. Mas mesmo assim, eu sabia muitas coisas da sua vida. A mãe dele era minha chefe e uma amigona. Eu conhecia o pai, os irmãos, a tia, os avós...
Hoje, minha atitude parece não condizer com a idade que eu tinha na época. Mas eu fui uma retardatária nisso. Demorei muito a abrir o coração e admitir uma paixão por alguém. Na época, não ser correspondida foi um sofrimento, o fim do mundo. Hoje depois de alguns percalços vejo tudo isso como uma bonita história. A única que eu tenho da minha adolescência.
E sete anos mais velhos nos reencontramos. Que experiências bacanas a vida pode nos proporcionar. Parecia que esta lacuna feita em número de perfeição não existiu entre nós, e nem mesmo o silêncio daqueles tempos. Falamos tanto, colocamos os anos em dia como velhos amigos. Nisto eu o vi diferente. Nos outros aspectos pareceu que minhas idealizações de paixonite platônica tinham até razão de ser. Mas sei que se descobre muitas coisas mais convivendo melhor com as pessoas. E eu espero, agora não perdê-lo de vista e conhecer o que os anos fizeram com este menino. Saber de suas alegrias dores e ais. Descobrir o que fez com que eu lhe dedicasse um sentimento tão especial e o que também não me daria motivos para isto.
Enfim, achei muito saudável e estou feliz por ver novamente alguém que me foi tão querido, bem como reencontrar sua família. Ver como é possível que passado os anos a gente passa a ver as experiências com olhos mais positivos. E que melhoramos com o tempo, como alguns vinhos. E principalmente, ver que a vida nos reserva e proporciona gratas surpresas.