Balanço
Ontem compeltou-se um 1 mês e um dia que estou com o carro, e trancaram ele com a chave dentro, no estacionamento da empresa. R$ 30 pelo trabalho de 1 segundo do chaveiro. A culpa não foi minha, embora o guardador não admita que o erro foi dele. Tá certo que deixei mesmo a chave na ignição, para ele manobrar depois, mas não sou a única que faz isso. Mais uma lição aprendida. Essa eu não faço mais. E depois de me conformar com o tufo, vou providenciar uma cópia da chave, que custa apenas R$ 8.
Mas esta não foi a única coisa que aconteceu...
• Poucos dias com o carro e com excesso de confiança fui estacionar próximo a outros carros e enfiei meu pára-choque dianteiro numa bolota de reboque. Quebrou, é claro. No precipício que é minha rua, e como não tinha a manha de dar ré num lomba íngreme, o carro correu pra frente e aconteceu o primeiro fatídico. Otimista incorrigível, me dei por satisfeita por não ter estragado o carro alheio e contar com a boa vontade de um vizinho que passava e que tirou meu Uninho deste aperto.
• Fui avisada que deveria calibrar os pneus, mas esqueci. No dia seguinte, já havia me programado para procurar um mecânico, pois a lenta baixa que era para facilitar a minha vida acabou desaparecendo com as minhas barberagens. Para ter idéia, quando eu pisava no freio na sinaleira o carro apagava! Bom, quando fui sair para ir na oficina, o pneu estava no chão... Como era perto, saí rasgando a borracha. O mecânico encheu-o , mas me aconselhou a procurar um borracheiro, pois o furo podia ser pequeno e murchar de novo. No borracheiro, nenhum problema com o pneu. Mas estacionaram atrás do meu carro, e, embora um velhinho português que andava ali às voltas, tenha tentado me ajudar a manobrar sem sucesso na ré apertada, o mecânico acabou tirando o carro da sua oficina para mim. E aí tive um dia de João! Quando passo o dia faxinando a casa, digo que é dia de Maria...
• Duas batidas em 12h: No estacionamento da empresa tenho contado com a prestimosa ajuda dos manobristas (tirando é claro, o incidente citado acima). Eles sempre manobram pra mim, porém na saída eu tiro, porque está mais vazio aí posso dar a minha ré torta à vontade. Porém uma noite ele havia ficado ao lado do portão e quando fui sair não havia espaço suficente, dei uma ré, andei pra frente e ainda não acertara. Na segunda tentativa, achando que a ré estava engatada, o carro andou pra frente e bateu no pilar de sustentação do portão. Amasso no capô, vidro da sinaleira quebrada e a certeza de que as palavras do meu pai, de que não adiantava eu ter um carro muito novo, eram mesmo verdade!
No dia seguinte, no mesmo portão, entro apertada e a chancela roça na traseira do carro... Otimista incorrigível, me dei por satisfeita por não ter estragado nenhum carro além do meu, por não ter me machucado, etc, etc...
• Dias depois vou na aula de inglês, deixo o carro num estacionamento. Quando volto, sou comunicada de que meu pneu está furado! Peço um conselho ao manobrista se posso encher num posto de gasolina até chegar ao borracheiro. Aí ele me informa que já trocou para mim. Sorte! Tenho contado muito com a bondade da humanidade.
• Um dia à noite estou pela José de Alencar, logo depois que passa a Getúlio e ainda sem muita noção de espaço vou passar para a direita e meio que corto a frente do carro atrás. Como meu Uninho é rebaixado, tem vidros escuros e é todo invocadinho, o cara deve ter achado que era provocação. Aí passou na minha frente, ficou me segurando, freiando em cima, me enchendo.
• Direção trancada, um capítulo a parte: uma noite tranquei a direção mas no outro dia com um jeitinho voltou ao normal. Aí uma outra vez tentei sair e a direção não se mexia. Sequer conseguia ligar o carro. Desconfiei que pudesse ser porque a roda estava dentro do bueiro da calçada (é que no declive onde moro é bom deixar as rodas viradas para o cordão). Fiz algo que podia ser perigoso. Soltei o freio de mão na lomba com o carro desligado. E nem assim andou!!!! Aí vejo um vizinho saindo da garagem com um Uno também e peço sua ajuda. Realmente a direção estava trancada, mas porque ela tranca sempre que mexer nela e virar a chave, agora fiquei sabendo que a maioria dos carros tem esse "sistema".
E ontem, para comemorar a data, pela primeira vez a sinaleira na lomba estava aberta e pude passar sem ter que fazer uma alta concentração para o carro não andar para trás.
Mas apesar de tudo, estou orgulhosa de mim. Ando em média a 60Km/h na cidade, sendo que achava que jamais conseguiria "correr" e dar paradinhas no trânsito de Porto Alegre. Parei de levar buzinadas dos outros motoristas no segundo dia. A preguiça de andar de ônibus superou a de dirigir. Não ando comendo fumaça de coletivo, desvio deles quando necessário. Porém, ainda não coloquei o carro na garagem da minha casa nenhuma vez, pois tenho medo de entrar no aperto e, muito mais, de depois não conseguir sair dele.
E o mais importante de tudo isso: minha capacidade de rir de mim mesma e de todas essas peripécias. Eu tenho a teoria de que é melhor eu mesma folgar em mim antes que os outros façam. E só andando e errando é que a gente aprende.
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