Aparelhada
Me livrei hoje definitivamente de toda ferradura que já habitou minhas arcadas. Passados cinco anos, quando deixei de usar o aparelho fixo, tirei hoje a contenção (fui porque ela estava me incomodando e descobri que desde março poderia ter me livrado dela) e conseqüentemente me livrei do aparelho móvel, que há um ano e meio já havia deixado por conta.
Engraçado, que quando pequena, meus pais correram atrás para colocar aparelho na minha irmã, que tinha os dentes tortos. Eu, aparentemente não precisava, pois eles eram retos, mas todos fora do lugar, para frente. Só com 17 anos os convenci de que deveria usar, e como eu já trabalhava, paguei a manutenção. Eu, minha irmã e minha amiga Mari colocamos o aparelho todas no mesmo dia. O problema das duas sempre pareceu mais grave. Mas ao cabo de um ano e pouco elas se livraram do maldito. Eu, não, fiquei por mais de dois anos. Usei em cima e embaixo e tive que usar a tal contenção até o dia de hoje (que nada mais é que um ferro colado na parte de trás dos dentes). E detalhe, meu primeiro beijo foi ferrada.
Usei embaixo apenas por um capricho do meu ortondentista, pois tinha um dente tortinho, idêntico ao da minha mãe. Por isso não posso negar que sou sua filha. Ela não gostou, queria que eu tivesse continuado com a sua marca registrada... mas agora já podemos ser identificadas como pessoas distintas através das arcadas dentárias.
E esse ortondentista, depois de tantos anos sem vê-lo, ele que já era velho quando tornei-me sua paciente, estava tão curvado hoje... Também pudera, ele trabalha das 8h às 20h, não raro encontrei sua mulher indo buscá-lo no consultório, pois segundo ela, se ela não fosse até lá, ele não saía do trabalho. E olha, que seu caprichoso trabalho e toda essa dedicação, saem por um preço bem abaixo do mercado. Tanto que ele não me cobrou nada hoje e nem das outras vezes que fui fazer pequenos ajustes nesta temporada pós-aparelho.
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