Sábado de folga

Munida de um tênis confortável, temperatura agradável, cartões com pouco limite e uma folhinha de cheque (que era para não cair em tentação) fui a Feira do Livro hoje.

Andei meio que a esmo pelas bancas. Primeiro por não conhecer tudo tão bem como nos outros anos e segundo pelo desespero de ver que tem muito mais coisa que eu queria comprar que ignorasse a minha vã lista de livros. Que até estava bem obsoleta. Da lista do ano passado que encontrei na minha gaveta, alguns eu já tinha comprado, outros nem me interessam mais a priori.

Bom então sistematizei minhas compras: a primeira condição era uma banca que estivesse vendendo Memórias de minhas putas tristes, do Gabriel García Márquez por R$ 19,90, que era o preço que saiu no Caderno da Feira da ZH entre as sugestões de Walter Galvani. Na primeira que parei estava mais caro. Então nem vi mais nada. A segunda condição era que aceitasse cheque para 30 dias e que tivesse mais algumas obras que me interessasse para fazer valer a única folha do talão que levei. Na segunda banca que eu fui as duas primeiras condições: vale! mas não tinha nada de Nelson Rodrigues, sequer o conheciam pela entonação na voz ao repetir o nome do mestre.

Procurei então a banca da Multilivro que no ano passado só descobri no último dia vendendo em 6x no Banricompras. E lá fechei negócio. Não tinha Nelson Rodrigues, mas tinha a biografia O Anjo Pornográfico, do Ruy Castro que com o Márquez e A Vida Sexual da Mulher Feia, da Claudia Tajes fecharam minhas compras.

Não resisti a este último depois dos comentários da Cássia e da Ane e depois de ler a entrevista da escritora no Donna ZH deste domingo. Ela tem razão, que mulher que nunca se sentiu feia? Tem dias que me acho um lixo e se alguém olha para mim tenho certeza que é apavorado com o meu estado. Diferente dos homens, como ela relata neste trecho:

"Um homem feio não se comporta como um homem feio, né? Ele diz as mesmas coisas que os bonitos dizem, acha que tem as mesmas chances. Eles são bem mais sem noção e se dão muito melhor. Ser feia é um estado de espírito que a mulher absorve mais. E o homem não tem muita obrigação de ser bonito, pode ser interessante, apenas."

Vamos ver. Quando eu ler ele falo como é. Agora preciso arranjar lugar visível na minha casa pois as outra pratelerias já estão cheias.

A visita na Feira acabou sendo curta. Tinha que ir até o Gasômetro fazer o credenciamento para uma reportagem para a TV Unisinos e Canal Futura que faremos no próximo sábado. É a jornalista e então produtora que não gosta de sair para a rua vai ter que se meter no fervo da Bienal e da Feira do livro e trazer uma matéria com a ajuda de outros dois colegas para valer a nota do Estágio em TV.