A musa e a solidão
Eu vou pedir licença para a Cássia para elogiar aqui este bom texto do Márcio
Danuza Leão imortalizou a frase "ninguém me ama, ninguém me quer". Que na hora não teve como não lembrar de uma amiga.
Mas o que mais me chamou atenção foi o fato de Danuza ter optado por viver só, no auge de seus 72 anos. Semana passada me ocorreu o pensamento de que talvez eu tenha nascido para ficar sozinha mesmo. Ultimamente tenha andado tão bem. Não sei se alguém a mais não invadiria demais. E achei que era preciso ter muita coragem para assumir isto, portanto, não a reúni em quantidade suficiente, e portanto, não estou assumindo, apenas compartilhando um pensamento meu.
Tudo isto junta-se a um conselho que dei a duas pessoas, também na última semana: para estar bem com alguém, primeiro é preciso ficar bem sozinho. E acho que essa difícil lição eu aprendi. A custas de muitos sábados em casa (hibernando, pois foi no inverno), a custa de me aturar e não suportar, até voltar a ficar em lua-de-mel comigo mesma. Agora só falta alguém para ver se este tratamento contra a mimfobia resolve mesmo.
Mas estou bem tranqüila em relação a isto também. Embora tenha lamentado a solidão nos últimos posts, há essa contradição citada acima, que a Danuza teve coragem de assumir. Claro que depois de três casamentos. Mas eu sei que quando me apaixono tudo que quero, e até exageradamente, é o objeto da minha paixão ao meu lado. Mas acho que cheguei numa encruzilhada e só os novos tempos que estão vindo aí me dirão que condutas assumir, como agir, que caminho seguir. E o principal: como amar.
Há tempos custo a acreditar que esta mulher foi modelo. Eu que tenho boca grande, no sentido físico da expressão fico preocupada.
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