Mudança
Depois do parto de ouriço que foi a mudança, feita praticamente sem a minha presença, finalmente ontem, consegui colocar tudo em ordem e curtir a nova morada.
Porém temo o que vou encontrar hoje, quando chegar em casa, pois quando saí estavam terminando a reforma na área de serviço.
Foi um estresse danado no sábado, quando posei no apê novo no meio de uma bagunça sem fim. Tadeu, mais uma vez gracias pela paciência. Ele acompanhou, via torpedo, minuto a minuto, da minha empreitada. E a todos os amigos que ofereceram ajuda, meu agradecimento.
Eu morava num JK, com uma cozinha menor que um banheiro decente. Agora tenho um quarto, uma sala e uma cozinha de gente. Estou me sentindo meio só. Parece que a casa é grande demais para mim. Mas sei que isso passa. Mudar é estranho. Você vai para um ambiente todo diferente, mas todas as tuas coisas estão lá!
Do Centro, onde morava, vou levar saudades do cinema na Casa de Cultura nos domingos a noite, podendo voltar a pé, às 22 e tanta da noite para casa. Da comida boa e barata do Alto Astral II, que ficava embaixo do prédio. Do quarto do poeta, que presenciou silenciosamente meus momentos de profunda tristeza. Da padaria Andradas e a maravilhosa torta de morango que eles fazem. Do pão com gergelim do Zaffari. De como é fácil encontrar tudo no pequeno Nacional do Rua da Praia Shopping (agora eu moro perto do Big, que é um hipermercado). De atalhar pelo shopping em dias de chuva. Do pôr-de-sol que não vi no Gazômetro. Do Circular Praça XV. Sentirei falta até de coisas pouco agradáveis, como o sino das Dores que tocava domingo de manhã e no sábado à tarde que me trazia algumas lembranças. Do toque da troca de guarda no quartel às 8 da matina e da banda marcial que tocava pelo menos uma vez por mês. E das lembranças boas que lá tive, que quero esquecê-las. A principal resolução para a casa nova, já que lá terei uma morada permante, é cuidar bem que tipo de coisa lá viverei, para não marcá-la de lembranças boas que possam se tornar ruins ou em vão... Mas ainda estarei perto do Rio, bem mais perto, podendo vê-lo da frente do meu prédio... e só não o enxergo da minha janela porque há muitas árvores no condomínio, o que não é menos agradavél, pois antes eu só tinha a cinza e a dureza dos prédios que estavam a minha volta.
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