Natal
Há alguns anos já não tenho espírito natalino. Acabo sempre fazendo coisas que eu não gosto na noite de Natal e no dia, sempre trabalho, já há uns quatro anos. Quando pequena, sempre gostei de participar da decoração da árvore, ver os presentes irem tomando conta do seus pés. Depois que cresci, e como todo adulto perdi as ilusões, esta foi uma das datas que passou a ser a mais sem graça de todas.
Sem falar que a data ficou super comercial. É terminar o Dia das Crianças e as lojas já começam a colocar luzinhas e bolas coloridas lembrando o consumidor de que é hora de gastar novamente. Fim de semana passado fui a dois shoppings. No Bourbou Contry vi um presépio e parei para olhar, muito lindo. Já no Iguatemi, depois de algumas circuladas é que me dei por conta da existência da decoração natalina e comecei a observar: coringas andando em balanços, vários Papai Noel e no lugar dos duendes como auxiliares, haviam gigantes bonecos lego. Decoração moderna, mas e as tradições?
Estava resistindo a colocar alguma coisa na minha casa que lembrasse o Natal. Ano passado a grana tava curta e tinha tantas outras coisas que eu precisava comprar para a casa que desperdiçar com uma árvore seria ruim. Este ano, não queria nada que me lembrasse o Natal, pois cada vez mais é uma data triste para mim. Não ganho presentes de alguém que me ame fora os meus familiares. E não é pelo presente, mas é porque gostaria de ser lembrada por alguém que amo e que tivesse o mesmo sentimento por mim. Será o meu 23º Natal sozinha e já não suporto mais isso. Mas acabei comprando um pequeno presépio e colocando na escrivaninha lá de casa, afinal, Natal é celebração do nascimento de Jesus, o resto foi tudo inventado, como todas as outras coisas que nos fazem sofrer.
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