Myrna
Quarta-feira estava dando uma olhada no mural que tenho em casa, onde tem uma reportagem sobre o lançamento de A mulher que amou demais, de Myrna, pseudônimo de Nelson Rodrigues. Quem me ensinou a gostar deste escritor, não gostava muito dos livros da Myrna. Mas acho que comigo são os que mais tem a ver. Pelo menos seus títulos. Comprei na feira É impossível amar e ser feliz ao mesmo tempo, com o subtítulo o Consultório Sentimental de Nelson Rodrigues. Li só a primeira crônica, a que dá título ao livro e gostei muito, me identifiquei. Sem contar que dizia as suas verdades, nua e crua, doa a quem doer, "na lata": amar é sofrer. Veja este trecho:
"Quando eu tinha meus dezessete anos, fazia uma idéia do amor. Pensava do amor maravilhas. 'Vou ser feliz, muito feliz', era o meu sonho, o meu desejo profundo. E, depois, quando me enamorei, quando me apaixonei, descobri a mais estranha das verdades: não havia entre o meu amor e a felicidade a menor relação. Eu amava e era infeliz".
Pois assim, Myrna vai te convencendo, assim como acabei me convencendo de que realmente "é impossível amar e ser feliz ao mesmo tempo", frase que discordava até alguns meses atrás, até ver que isso realmente real e tudo porque eu fui uma "mulher que amou demais".
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