Superando caminhos
Fui dirigindo sozinha até a praia, pela primeira vez, neste final de semana. Já tinha conduzido até o Litoral Norte uma vez e voltado outra, mas acompanhada dos meus avós. Sem rádio, meditei, rezei e controlei o acelerador entre 90/100 km/h durante 1h50min na ida e entre 100/110 km/h na volta que durou 1h35min.
Tentei cantar no trajeto, mas me distraía demais e pisava fundo. Foi quando na ida cheguei pela primeira vez a 110km e achei que era melhor maneirar.
Para me desencorajar, em Porto Alegre próximo a primeira perimetral levei duas buzinadas, coisa que não acontecia mais. Evidente que eram os apressadinhos de plantão. Não coloquei um só pneu na pista da esquera, fui pelo meio e quando tinha alguém muito lento, para não ficar na cola eu ia para a direita e ultrapassava com segurança.
Com o ponteirinho tremendo no 100, quando eu passava por caminhões, o carro sacudia todo. Foi tudo tranqüilo, exceto por dois que trocaram de pista colados em mim e pela irritação que me dá o cara que fica dando sinal para esquerda quando ele já está na pista da esquerda!
Minha habilitação venceu hoje. Cinco anos, mas só há 9 meses me considero motorista.
Lembro que na época que comecei a dirigir, diariamente eu vivia um tormento. Cada vez que chegava em casa, ficava me punindo pelas rateadas e a preocupação se estendia até o dia seguinte, quando eu ia sair novamente com o carro. Aquilo martelava na minha cabeça, dia e noite. E se pudesse saia de ônibus e deixava o carro em casa. Na época eu pensava que talvez nunca chegasse o dia, que como hoje, eu subo no carro para qualquer voltinha e até para viajar, de forma natural. Lembro da minha perna tremer descontroladamente quando eu tirava o carro da garagem e de eu ir implorando que Deus me ajudasse todas as noites quando eu saia do trabalho e mal sabia andar pela Capital.
Claro que ainda, manobrar e estacionar, sempre que possível peço aos outros. Mas já me superei bastante e algumas coisas ainda é só charme para ganhar mordomias.
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