Arte terapia
Hoje na aula de História da Arte Brasileira estudamos Lygia Clark e fizemos um de seus trabalhos. Essa artista que foi abandonando a moldura nos quadros e depois saindo da parede, foi pioneira na interação do especatdor que deixou de fazer uma contemplação passiva para ter percepções sensoriais ao "usar" os não-objetos que ela criava.
Fizemos a obra Caminhando, que consiste em criar uma espécie de fita de moebus com uma tira de papel presa na ponta com uma leve torção (nas fotos a própria Lygia fazendo sua arte). Aí escolhe-se um lugar por onde começar a cortar (nas extremidades ou centro da fita) e vai-se cortando em linha reta até chegar ao ponto inicial. Daí é preciso novamente escolher um caminho, para que a fita não se rompa. A única regra é essa, não romper a fita.
Durante o exercício é necessário fazer uma reflexão e eu vi uma metáfora da vida na minha frente. Comecei a cortar no canto esquerdo. Achei que no centro seria mais fácil, mas quando chegasse ao ponto de partida, poderia ser mais difícil ir para os lados. Escolhido o caminho, comecei a cortar em linha reta, cuidando para não pender para os lados e sair fora da tira. Começar nem sempre é fácil e nem todo mundo tem a oportunidade de seguir na direção mais simples para chegar ao seu objetivo.
Na segunda volta, a minha ansiedade fez com que eu cortasse a tira mais grossa e também porque fiquei com medo de me perder no caminho. Com isso, quase passei do ponto de partida, correndo o risco de passá-lo e romper a trilha. Consegui chegar aonde queria, mas com a tira tão grossa da última volta, não havia mais papel e percebi que a ansiedade só nos faz viver menos.
Tivesse feito com mais paciência, com tiras mais finas, poderia ir até o último "fio de vida".
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