exquisioTeorias

Esquizofrenias & Esquisitices

sábado, janeiro 21, 2006

Coisas do jornalismo

Depois da crítica que fiz da minha profissão, parece que ela conseguiu mudar alguma coisa. Eu me indigno há anos com essas convocações extraordinárias e o custo que elas representam aos cofres públicos.E tenho certeza que não sou a única, se não é que faço parte de uma maioria.

Mas como sou filha da democracia, a minha indignação é silenciosa. E além do mais, como muitos, sou daquelas que não acredita que em política alguma coisa possa mudar. É soltar umas palavras de contrvérsia e ficar por isso mesmo.

Mas este ano, pós-crise mensalão, a coisa mudou de figura. A imprensa resolveu não só dar as mesmas notícias de sempre, de que os parlamentares não votaram nada durante o ano todo e agora fazem convocações extras sendo bem pagos por isso, como também começou a divulgar a lista dos políticos que recusaram o montante. Jogade de marketing desses deputados em ano eleitoral, mas além do dinheiro voltar, acabou culminando com o fim do salário extra.

O deputado Alberto Fraga (PFL-DF), que votou contra o requerimento de urgência, revoltou-se. Segundo ele a votação do fim do pagamento dos salários extras só ocorreu porque o Congresso foi “pressionado” pela imprensa. E ele está certo, mesmo os jornais dizendo que ocorreu por pressão popular. O povo não fez pressão nenhuma. Este é um dos exemplos de que o jornalismo informa para transformar. E eu já nem estava mais acreditando nisto.

E lendo as páginas vermelhas da revista TPM a entrevistada, Dagmar Garroux, fundadora da ONG Casa do Zezinho, diz que a mídia é a única coisa que funciona neste país. E de certo forma é mesmo.