Coisas do jornalismo
Depois da crítica que fiz da minha profissão, parece que ela conseguiu mudar alguma coisa. Eu me indigno há anos com essas convocações extraordinárias e o custo que elas representam aos cofres públicos.E tenho certeza que não sou a única, se não é que faço parte de uma maioria.
Mas como sou filha da democracia, a minha indignação é silenciosa. E além do mais, como muitos, sou daquelas que não acredita que em política alguma coisa possa mudar. É soltar umas palavras de contrvérsia e ficar por isso mesmo.
Mas este ano, pós-crise mensalão, a coisa mudou de figura. A imprensa resolveu não só dar as mesmas notícias de sempre, de que os parlamentares não votaram nada durante o ano todo e agora fazem convocações extras sendo bem pagos por isso, como também começou a divulgar a lista dos políticos que recusaram o montante. Jogade de marketing desses deputados em ano eleitoral, mas além do dinheiro voltar, acabou culminando com o fim do salário extra.
O deputado Alberto Fraga (PFL-DF), que votou contra o requerimento de urgência, revoltou-se. Segundo ele a votação do fim do pagamento dos salários extras só ocorreu porque o Congresso foi “pressionado” pela imprensa. E ele está certo, mesmo os jornais dizendo que ocorreu por pressão popular. O povo não fez pressão nenhuma. Este é um dos exemplos de que o jornalismo informa para transformar. E eu já nem estava mais acreditando nisto.
E lendo as páginas vermelhas da revista TPM a entrevistada, Dagmar Garroux, fundadora da ONG Casa do Zezinho, diz que a mídia é a única coisa que funciona neste país. E de certo forma é mesmo.
<< Home