Folga
Meu domingo de folga foi frustrado. Queria muito ir à Redenção, pois desde que mudei de emprego, trabalho aos domingos, o que me fez ficar na "redaça" (como bem usou um amigo) ao invés de ir para a Redença.
Pois bem, tomei o ônibus até o Parque Farroupilha já quando as primeiras nuvens encobriram o sol. No caminho, notei pela janela do coletivo elas se organizando em massa e cercando a cidade.
Quando desci o vento levou minhas esperanças de aproveitar para deitar no gramado e ficar lendo um livro ou tomar chimarrão com um amigo. Atravessei o brique, enquanto o pessoal recolhia suas mercadorias, porque este era o único caminho de voltar para casa.
Entrei no ônibus quando os primeiros pingos desciam ao asfalto. Em alguns pontos o veículo parecia surfar num mar de ondas. Desci e quis apressar o passo, mas meus pés escorregavam na sandália. Com o corpo encolhido e a cabeça baixa fui subindo a lomba até minha casa. Então resolvi olhar para cima e aproveitar o banho de chuva, como estavam fazendo as crianças e como eu já fizera quando era uma. Até porque me veio na cabeça aquela música da novela Carrossel "...como é bom ser criança..."
Aproveitei a água escorrendo no meu corpo e me refrescando do calor que até pouco nos castigava. Afinal quem está na chuva é para se molhar.
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