exquisioTeorias

Esquizofrenias & Esquisitices

sábado, dezembro 10, 2005

Essa é a noite do cachorro doido

Não fui no show do Zeca Baleiro. Cheguei de um churras sem condições... Mas fiquei escutando o novo CD Baladas Do Asfalto & Outros Blues, na internet. Todas as músicas sem execeção tem a ver comigo! Acho que o Zeca está vivendo uma fase parecida com a minha. A propósito: estou muuuuito a fim desse CD, se alguém quiser fazer uma boa ação de fim de ano me dê de presente. Please!!!!

Solidão em si, solidão por não ser compreendido, solidãop por amar demais. Assim se resume as poesias do Baleiro nessas canções.

Abaixo alguns trechos de quase todas as músicas do novo disco:


Me dê um beijo, meu amor
Só eu vejo o mundo com meus olhos

E meu coração bate como um pandeiro num samba dobrado
Vou pisando asfalto entre os automóveis
Mesmo o mais sozinho nunca fica só
Sempre haverá um idiota ao redor


Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Há alguns dias atrás vendi minha alma a um velho apache
Não é que eu ache que o mundo tenha salvação

Mas como diria o intrépido cowboy, fitando o bandido indócil
A alma é o segredo, a alma é o segredo
A alma é o segredo do negócio

(Balada do Asfalto)


Essa é a noite do cachorro doido
Fina fera, magro bicho
Olho duro, espessa baba
Latindo pra lua o seu capricho
Só a noite é que sabe que a vida não tem jeito
Que pro escuro de um poema
Qualquer ganido é bom pretexto

(Cachorro doido)


E eu digo
calma alma minha
calminha
ainda não é hora de partir


então ficamos
minha alma e eu
olhando o corpo teu
sem entender
como é que a alma entra nessa história
afinal o amor é tão carnal
eu bem que tento
tento entender
mas a minha alma não quer nem saber
só quer entrar em você
como tantas vezes já me viu fazer

E eu digo
calma alma minha
calminha
você tem muito o que aprender


(Alma nova)


Eu gosto de você
Com uma força bruta que não entendo bem

(Mulher amada)


A solidão é meu cigarro
Não sei de nada e não sou de ninguém
Eu entro no meu carro e corro
Corro demais só pra te ver meu bem

Um vinho, um travo amargo e morro
Eu sigo só porque é o que me convém
Minha canção é meu socorro
Se o mar virar sertão, o que é que tem?

Dias vão, dias vem, uns em vão, outros nem...
Quem saberá a cura do meu coração senão eu?


Não creio em santos e poetas
Perguntei tanto e ninguém nunca respondeu
Melhor é dar razão a quem perdoa
Melhor é dar perdão a quem perdeu

O amor é pedra no abismo
A meio passo entre o mal e o bem

Com meus botões a noite cismo
Pra que os trilhos, se não passa o trem?
Os mortos sabem mais que os vivos
Sabem o gosto que a morte tem
Pra rir tem todos os motivos
Os seus segredos vão contar a quem?

(Cigarro)

Um coração maior que tudo
se tudo é meu mas quem sou eu além de tudo
na ante-sala do dentista ouço meu musak
minhalma dorme num velho porão
rima de almanaque
tudo que se vê prá que crer
tudo que se crê pra que ter
tudo que se tem prá quem?


(Musak)

O mel amargo, o meu coração
De onde quer que tudo venha
Tudo irá pra onde nada nunca se alcança


Tenho a memória de tudo que existe
Tudo que é triste e alegre ou não
Eu guardo as flores mortas na sala
Eu faço sala pro tempo


Ainda que tarde, agora que é tarde
Sempre é cedo, cedo
Ainda que tarde, agora que é noite
Eu sinto medo...

(Amargo)

Algumas merecem um post único e vem depois...