Eu amo a convergência tecnológica
Assisti quarta-feira, no Programa do Jô, uma entrevista com o sociólogo francês Dominique Wolton que estava falando sobre seu novo livro Elogio do Grande Público, que trata sobre a televisão aberta.
A discussão abordou também questões da comunicação em geral, e o autor já escreveu outros livros sobre outras mídias. Discurso bem interessante. Só discordei quando ele e o Jô ficaram falando que era desnecessário televisão em celular. Compararam que essas coisas não funcionariam assim como o rádio não acabou com o jornal, a tevê não acabou com o rádio e a internet não acabou com nada disso. Wolton exemplificou dizendo que cada coisa tem uma função, que as pessoas usam a tevê para se informar e se divertir e o celular para as relações afetivas. Daí argumentou com algo que eu já havia constatado: quando alguém atende o celular, sempre é perguntado onde se encontra.
De um modo geral me pareceu dois senhores que não acreditam que cada vez mais vamos ter que conviver com a convergência tecnológica. Essa história do celular não vai ser de um dia para o outro, mas já existe. E está bem próximo e há um bom tempinho. Há quase dois anos assisti a Band num celular. No final do ano passado a Vivo começou a explorar mais o serviço que já oferecia. Ainda meio que sem saber como, pois era totalmente gratuito.
Hoje em dia só se consome muitos produtos eletroportáteis quem não tem noção de convergência. Eu aposentei meu mini sistem (com CD e duplo deck - para fitas k7, lembram?). Meu home theater virou meu som. Bem mais poderoso, diga-se de passagem. Mantenho o mini system por causa do rádio AM e FM, que eu não escuto porque tenho um portátil. E teria a opção de comprar um home já com rádio, ou ainda escutar na internet, tendo o dial do mundo inteiro à disposição. Para escutar música, seleciono o que quero ouvir pelos mp3 no micro ou no dvd. E ainda tem o rádio relógio, o exemplo mais arcaico de convergência.
Vivemos num mundo em que usamos o telefone para escrever. Para falar usamos o computador através da internet, que ainda possibilita assistir filmes e escutar músicas. No DVD eu ouço músicas e vejo fotos. Posso acessar a internet da geladeira(esse sim, meio desnecessário), mas também posso ver tevê numa geladeira (útil, pois muita gente tem tevê na cozinha, embora esse é um exemplo de convergência que não vale a pena. Os dois eletrodomésticos separados custam infinitamente menos).
Quem tem iPod não precisa ter som no quarto. Basta comprar as caixinhas de som apropriada e pronto, se faz uma festa. E a tevê no celular... ah, quem não queria assistir a novela no ônibus ou metrô voltando do trabalho no horário das 18h? Ou uma partida de futebol? Pior seria ter que andar com um rádio portátil, uma tevê portátil, o iPod e o celular na bolsa!
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